Não existe fisicamente mas lá está flutuando ao sabor dos dissabores da alma...quando sopra uma brisa forte, treme...geme...mas permanece...
É elástico e muito resistente...quando um peso insuportável se apodera do nosso coração...dando a ilusão que este vai cair cair cair indefinidamente...o seu ligamento suspensor estica estica...e esse estiramento provoca uma dor excruciante, incomparável a qualquer outra dor que porventura tenhamos sentido proveniente de uma outra origem...nunca se pensou que dentro do peito algo pudesse doer assim...mas pode. E dói, dói muito.
Por muitas vezes que esta dor nos afecte, não há imunidade possível. Dói na mesma, com variantes na natureza e na intensidade mas igual no carácter...Dói sempre...
Mas o bendito ligamento, presente na nossa realidade paralela...lá está, a salvaguardar a integridade do coração...na sua essência, na sua capacidade, nada se altera...e tudo poderá voltar a acontecer...é daquelas situações em que os erros de nada servem, nada se aprende com eles...nada impede que os voltemos a repetir, exactamente da mesma maneira...dói muito...mas não é por isso que não voltamos a cometer o que nos trouxe essa dor...parece que inconscientemente, na tal realidade paralela procuramos sempre voltar a viver o mesmo sofrimento...
E, das profundezas que julgamos não existir, mas nas quais o nosso coração mergulha...o ligamento trá-lo de volta, recuperando a sua posição inicial...e a dor vai-se atenuando...pouco a pouco...e passa.
In extremis...tudo passa.